Na estrutura de vida que levamos, damos a oportunidade para que produtos, marcas e empresas praticamente orientem uma sociedade ávida por evolução. Se compararmos o ecossitema da natureza com a cadeia produtiva das empresas que “movem o mundo”, veremos que está última é uma tentativa de simular a primeira. A histórica publicação de Charles Darwin – A Origem das Espécies – parece explicar o que o ser humano artificialmente criou. Por exemplo, a progressão geométrica do aumento de indivíduos gera luta pela existência, devido aos recursos limitados. Trazendo essa abordagem para mundo de hoje, seria o mesmo que falar do aumento do número de produtos, marcas e empresas semelhantes gera a concorrência.
Nesta dinâmica existem as presas e os predadores, que na natureza tem o objetivo de equilibrar toda a cadeia. Ao transportarmos este processo para o “mercado” observa-se que a busca pelo equilíbrio não é o objetivo, gerando um passivo chamado desequilibrio social. Isso acontece pela quebra em algum estágio do ciclo natural das coisas. A intervenção humana desenvolve tecnologias que prometem melhorar a qualidade de vida que na verdade já tínhamos, mas não se consegue valorizar. Desta forma criam-se problemas para tentar solucionar e este passa-tempo dá origem à produtos, marcas, empresas, profissões, mercados,…. enfim, uma cadeia “natural”. Um exemplo disso é a necessidade mundial por Sustentabilidade. O conceito sustentável nada mais é do que o resultado do equivocado e egocêntrico pensamento de que uma espécie pode administrar a natureza.
As tecnologias, que são hoje o maior investimento do planeta, podem fazer alguma diferença momentânea, mas não podem recriar a natureza. A luta para existir, que é o processo natural é muito diferente de lutar para ter. É preciso aprender à co-existir com o poderoso ecosistema. E este conhecimento existe e sempre existiu, mas esquecemos do seu valor. Talvez possamos relembrar esta sabedoria com aqueles que são de nossa própria espécie, mas que indiretamente estamos os extinguindo. Até onde se sabe, os índios são o único grupo social da espécie humana à respeitar a natureza das coisas. E por isso tem o Santo Graal dos tempos modernos, o equilíbrio da vida.
Abraços,
Eduardo M. Borba
Interessante o texto. Me fez lembrar que a teoria da evolução das espécies afirma que “vence” não o mais forte, mas o que se adapta melhor.
Acredito que isso valha também para o mercado, diante das crises o importante é se adaptar.
Além de que muitas invenções surgiram exatamente em períodos de guerra, devido à necessidade do momento.
Mas no geral, percebe-se que isso é falho. Como bem foi dito, “o equivocado e egocêntrico pensamento de que uma espécie pode administrar a natureza”. Não é preciso ir longe para perceber a pretensão do ser humano em dominar, ao invés de se adaptar. Chegamos a um patamar que nos obriga a baixar a bola e perceber que não estamos sobre algo, mas fazemos parte dele.
E que estamos valorizando coisas desnecessárias. Na natureza, as flores não estão para bonito, elas têm uma função, assim como todo o restante. Já nós não nos conformamos em apenas suprir as necessidades, precisamos transformar o que existe, e é aí que surge a questão de criar problemas para solucioná-los.
Nós criamos nossas necessidades! O que causa o conflito é que não são as mesmas necessidades da natureza, e como não podemos nos desvincular dela… ocorre o desequilíbrio. É aí que entra o desenvolvimento sustentável, no intuito de equilibrar as necessidades.
Somos uma espécie forte, mas ainda estamos aprendendo a nos adaptar.
Ale, concordo e esta colocação me fez refletir que não podemos generalizar culpando o ser humano pela situação. Mas sem dúvida o “Ser Urbano” é um dos maiores responsáveis.
Legal sua inserção de conceitos da Origem das espécies no âmbito mercadológico!
E muito bem colocada a observação da Ale sobre adaptação!
Não adianta ficar chorando sobre os danos já causados, já passou da hora de se tomar providências para que não se continue degradando o meio-ambiente. Esperamos sinceramente que a ideia não seja “administrar a natureza” e sim uma real consciência de que conceitos devem ser revistos!