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Acredite se quiser

By 22 de agosto de 2011 7 Comments

O que tem mais poder: dinheiro, tecnologias, política, comunicação? Independente das comparações, existe algo que é superior às formas de poder que conseguimos enxergar, as crenças. Se você acredita que defender o seu país, um partido, um time, etc, é certo, dependendo do nível desta crença, poderá doar até a própria vida por ela. É este poder que move a humanidade, que pode construir ou destruir qualquer coisa. O ser humano sempre buscou sentido para o tempo em que passa na terra e por consequência surgem ideologias, tradições, padrões e culturas, isto é, as crenças. São passadas de geração para geração ou compartilhadas com o mundo através dos meios de comunicação. Por séculos, acreditamos em histórias, fatos, documentos e pessoas. Mas será que tudo que aprendemos e acreditamos até agora é uma verdade absoluta? Será que nossas crenças estão nos orientando para um caminho positivo?

Tive a paciência de pesquisar e analisar um padrão sócio-cultural que há tempos vive ao redor de muitos brasileiros, o sonho da “casa própria”. Queria saber na prática se esta crença popular realmente beneficia à quem acredita nela. Procurei comparar a diferença real entre o aluguel e financiamento de compra (já que a maioria da população faz ou pretende fazer este tipo de operação). Achei dois apartamentos com a mesma planta arquitetônica, um para alugar e outro para vender no mesmo prédio. O aluguel é o preço de R$ 600,00 + condomínio. O mesmo apartamento, se quiser comprar, a prestação aproximada fica em R$ 925,00 + condomínio. De início podemos ver que esta crença é mais onerosa e que pode comprometer a renda de uma família. Sem contar que o imóvel financiado, na simulação feita, só será realmente “própria” do comprador após 30 anos ou na quitação completa do endividamento com o banco. Nesta simulação, o sonho ou ter a  “casa própria” pode-se considerar uma ilusão mental, ou no mínimo um conforto psicológico de conquista. É importante deixar claro que esta simplória análise é uma provocação para gerar uma reflexão, não tem o objetivo de eliminar a crença popular ou qualquer outra, mas tem sim de questioná-la. Quanto ao sonho da “casa própria” recomendo muito planejamento e cálculos para não tomar uma decisão demasiadamente emocional. 

Todos sabem que o mundo necessita de evolução. Entretanto, para isso acontecer é preciso primeiramente questionar as crenças que regem uma vida ou uma sociedade.  Como criar algo novo com base em crenças antigas e até equivocadas? Não tem como, só teremos mais do mesmo. Isto parece ser óbvio, mas nós, seres urbanos, preenchemos a mente com muito lixo, que quase não sobra espaço para reflexões e enxergar a simplicidade. Questione a cultura que está ao seu redor, tradições e crenças, porque hoje é dia de mudança.

Abraços,

Eduardo M. Borba

7 Comments

  • Jef disse:

    Bela “cutucada”.
    Concordo a respeito do exemplo citado. A sensação de ter “conquistado” a casa própria te traz certa segurança e conforto e afetam mais o psicológico do que qualquer outra coisa. Mas será que investir todo ou grande parte de seu dinheiro em um bem que você poderia estar usufruindo pagando o aluguel é a coisa mais certa a se fazer? O que poderia ser feito com a diferença paga entre comprar e alugar? Melhoria nas condições de vida, lazer, alimentação?
    É realmente para se pensar!

  • Eduardo M. Borba disse:

    Este é só um exemplo de várias crenças. Lembrei de um ditado de pessoa que admiro muito, que fala:” não trabalhe por dinheiro, deixe que o dinheiro trabalhe para você”. Cuidado com suas crenças, pois elas se tornam princípios de vida.

  • Ale disse:

    Na realidade, mesmo depois de 30 anos de prestações, se você não pagar o IPTU o imóvel pode deixar de ser seu! Contraditório né…

    Hoje ouvi uma frase tão interessante quanto óbvia… “se você mudar sua forma de pensar, poderá arranjar soluções diferentes”. É uma outra maneira de escrever o último parágrafo. E é a única forma de progredir.

  • Alexandre disse:

    Eu diria, depende. E depende muito.
    Depende principalmente da renda mensal, depende da taxa de juros que o banco cobra nesse financiamento. Ou seja, aí entra uma aula de matemática bem detalhada. Interessante a observação, merece um estudo aprofundado.

  • Eduardo M. Borba disse:

    Concordo Alexandre, a observação merece um estudo aprofundado. No exemplo, a matemática, isto é, o lado racional do ser humano, deve entrar em ação para equilibrar a carga emocional que é o sonho da casa própria. A intenção do texto é provocar uma reflexão, não só da crença “casa própria”, mas de todas que nos ronda.

  • Sou um dos seguidores do seu blog há algum tempo e sucessivamente achei seus posts excelentes. Carecia mesmo saber mais sobre isso e você montou uma grande fonte de informações aqui. Já favoritei seu blog e irei segui-lo daqui pra frente.

    • Borba disse:

      Caro Candance Apel, nós da FAZdesign agradecemos a atenção que dedica conosco neste espaço de conhecimento. A intenção aqui é compartilhar ideias, conceitos e experiências, mas principalmente que isso vire um grande diálogo. Por isso, fique a vontade em expressar seus comentários.

      Abraços

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