O sonho da maioria das empresas brasileiras é ter a filosofia japonesa, qualidade alemã, com preço chinês, gestão de projetos norte-americana, design italiano e com prazo de entrega britânico. É incrível o talento do brasileiro em se menosprezar acreditando que os outros países, principalmente os “desenvolvidos”, são sempre melhores. Estamos à séculos comprando a identidade alheia na tentativa de construir a nossa. Na verdade, não valorizamos o que temos e o que somos.
Não é uma questão de patriotismo, é na verdade uma questão de sobrevivência. É mais rápido e eficiente o resultado se potencializarmos a própria cultura do que tentar substituí-la por outra. Para exemplificar, pense nos chinelos Havaianas, porque você acha que hoje é um produto cool no mundo inteiro? Este resultado é simplesmente a consequência de se agregar valor ao que já temos e somos, isto é, nossa própria identidade.
Temos negligenciado um fator estratégico para o nosso país tupiniquim, talvez seja a nossa matriz tecnológica, que é a nossa ALEGRIA. Temos um jeito próprio de fazer as coisas, de viver, que nenhum outro país do mundo consegue. Seja na música, nas cores, nos eventos sociais, no ambiente de trabalho, tendemos à ser alegres, pois faz parte de nossa identidade, de nossa cultura.
Porque não aproveitar o momento em que somos a sexta economia mundial, sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas e mostrar ao mundo nossa identidade, agregar valor a nossa cultura? O mundo nunca precisou tanto de alegria quanto agora. O mundo nunca precisou tanto do Brasil quanto agora.
O quadro acima é de Romero Britto, artista pernambucano conhecido mundialmente, um brasileiro que valorizou sua identidade.
Se não nos valorizarmos os outros também não o farão.
Abraços,
Eduardo M. Borba