“Espaços padronizados tendem a produzir ideias padronizadas”. Parece óbvio que Dilbert disse, mas as pessoas custam a acreditar no óbvio. Em tempos em que a inovação já é exigência de mercado, assim como a qualidade, as empresas agora tem o desafio de fazerem exatamente o contrário do que acreditam.
O que chamo de Gestão Fast-Food é a padronização dentro das organizações. Todos conhecem a famosa e enorme rede de lanchonetes McDonalds, que até hoje tem o seu modelo de padronização de produtos e processos copiado por todo o planeta. Entretanto, anteriormente foi Ford quem impulsionou este modelo. Pois bem, o mundo mudou, blá, blá, blá,…, essa história que todos estamos cansados de ouvir, pressiona a gestão organizacional à repensar a própria teoria da administração.
Evolução não é a palavra correta para isso, pois só aperfeiçoará o que está falido. Revolução é a expressão adequada. Os sistemais, sejam eles empresariais, educacionais ou governamentais, ainda se utilizam de modelos padronizados e com isso fecham-se para o novo. Todos querem pensar “fora da caixa” para encontrarem ideias novas para problemas antigos. E a “caixa” é justamente a padronização, isto é, deve-se sair dela para obter as tão almejadas inovações.
O sistema educacional forma pessoas com as mesmas ideias pelo fato destas mesmas pessoas receberem a mesma educação. E isso está no ambiente empresarial na mesma proporção. Em termos de inovação, a Gestão Fast-Food é um fracasso, pois com a padronização produtiva e mental se obtém, mais do mesmo.
Temos que nos conscientizar de uma vez por todas que a prosperidade não é um processo mecânico e sim um processo orgânico. Isso quer dizer que as famosas METAS DA FIRMA são secundárias e o verdadeiro foco é na construção e manutenção de um ambiente que proporciona inovação. Assim como um fazendeiro que é responsável apenas por criar condições para a sua produção prosperar. Com isso, conclue-se que a inovação é resultado de uma Gestão Orgânica que, é por feliz ironia, o contrário da Gestão Fast-Food.
Então, a chave para a sustentabilidade dos negócios não é a evolução da Gestão Fast-Food, mas sim a revolução de substituí-la pela Gestão Orgânica. Ousadia? Não, sobrevivência.
Abraços,
Eduardo M. Borba