Para muitos designers hoje é o Dia do Desabafo. Observamos em diversos veículos de comunicação, principalmente na web, homenagens, reflexões, debates sobre o setor no dia 27 de abril. “Precisamos regulamentar a profissão”, “nós designers não somos reconhecidos”, “temos que nos unir para fortalecer a categoria”, “é culpa do governo”, dentre outras citações são comuns neste dia. Mais lamentamos do que comemoramos.
O que vamos fazer para sermos ouvidos? Fazer passeatas em Brasília ou greves? A resposta é extremamente complexa, NÃO. Se usamos a criatividade e métodos para inovar para as empresas, clientes e a sociedade, também podemos usá-la para o benefício do design. A primeira “verdade” a ser aniquilada é a idéia de que só com a regulamentação do design no país a “coisa vai para frente”. Esperar uma associação, o fortalecimento de um grupo ou ações e políticas governamentais para organizar o setor, é no mínimo uma falsa esperança. Cada designer é responsável por seus projetos, pela sua carreira e por seus resultados. Se cada um redirecionar o tempo e a energia que dedica discutindo o “sexo dos anjos” do design, para melhorar seu desempenho e qualidade nos projetos em sintonia com as necessidades sócio-econômicas do país, sem dúvida a percepção do setor com um todo será como sempre se desejou.
Banalizar ou valorizar o design é responsabilidade primeiramente individual e depois coletiva. Todos esperamos uma “revolução” no setor, algo grandioso, mas a mudança está nas pequenas coisas. Que mudanças fez desde o último Dia Internacional do Design? Evoluiu profissionalmente? Melhorou a qualidade de vida da sociedade com seus projetos de design? Use o dia 27 de abril do próximo ano para fazer esta retrospectiva. Até lá faça uma coisa só e simples, mude para melhor.
Abraços,
Eduardo M. Borba