O Designer nada mais é do que um agente de mudanças, um inovador. Não é uma profissão, é um estilo de vida. Inquieto e curioso por natureza, questiona tudo para buscar sentido e melhoria no que está a sua volta. Faz o futuro acontecer no presente. Seja em produtos, gráfico, moda ou em outros segmentos do design. Geram tendências, soluções, alternativas para nossa sociedade sedenta por evolução. Torna muitas vezes a palavra impossível em realidade, além de contribuir para a competitividade das empresas e melhoria da qualidade de vida da sociedade. Pelo menos é assim que deveria ser.
Um estudo realizado no final de 2009 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Abedesign e pela FGV Projetos constatou que 84% das empresas que investiram em design nos últimos três anos aumentaram a competitividade, 82% alcançaram maior participação no mercado, 68,5% ganharam lucratividade, 76,5% cresceram em faturamento e 68% reduziram custos.
Apesar de promover ótimos resultados para as empresas que investem nesta ferramenta de inovação, o design e o próprio designer ainda está distante do mundo corporativo, da gestão empresarial e vice-versa. Um dos grandes motivos disto acontecer inicia-se na academia, pois dificilmente em cursos de administração há disciplinas de design ou inovação e nem em cursos de design existem disciplinas de administração. Resumindo, os dois tem dificuldade de diálogo.
Diferente do que é observado em países desenvolvidos como a Inglaterra, em que a maioria dos cursos de design ensina conceitos de administração de alguma forma. E o contrário também é fato, a maioria dos cursos de administração ensina conceitos de design. Resultado, lá existe sintonia entre design e administração, e vice-versa, que beneficia a sociedade como um todo.
Está na hora de iniciarmos este diálogo e somarmos forças para gerar resultados que aumentem a competitividade de nossas empresas brasileiras e da sociedade, colaborando para a transição de país emergente para uma nação desenvolvida. Parece novidade o que estamos falando, mas não é. A mais de 1(um) século Rui Barbosa já defendia a idéia do desenvolvimento do Brasil através da criação de produtos de valor agregado ao invés de exportar, na sua maioria, commodities. Neste sentido, design e administração juntos podem contribuir para esta direção.
Abraços,
Eduardo M. Borba
Realmente, as grades dos cursos deixam a desejar em vários aspectos, justamente pela atividade de design ser ampla. Talvez a existência de uma carga horária obrigatória para disciplinas opcionais seja um bom caminho para o aprimoramento dos cursos de Design!
boa ideia!
Interessante a frase “Não é uma profissão, é um estilo de vida”. Li esses dias justamente um texto do Victor Papanek sobre a profissão (profissão?) de designer e os mitos em torno disso.
Inclusive rende um bom post! 🙂