Vamos a alguns fatos. O Brasil está passando por um processo chamado “desindustrialização” no qual as empresas brasileiras de manufatura perdem competitividade, reduzem postos de trabalho e até encerram as suas atividades. Os motivos disto acontecer são vários, mas o principal é por exportar mais commodities baratas e importar mais produtos manufaturados com valor agregado. O protagonista desta história é a China, que tem tirado o sono de muitos empresários e funcionários brasileiros. Agora vamos ver onde o design se encaixa nesta guerra diplomática.
Partindo do princípio que o design em sua essência colabora para as empresas brasileiras, principalmente indústrias, a agregar valor aos produtos e serviços para melhorar a competitividade, gerar emprego e renda, etc… vamos analisar: para que serviria o design no Brasil sem empresas (desindustrialização), sendo que é mais fácil e barato comprar produtos e serviços da China? E ainda mais que o governo chinês tem o ousado plano estratégico centrado em inovação(para deixar de vez a imagem de imitadores), que por sinal está indo muito bem.
Não existe design sem cliente. O que parece uma ameaça é na verdade a maior oportunidade que o setor de design já teve no Brasil. O design como ferramenta de inovação pode fazer acontecer aquilo que Rui Barbosa falou a mais de 1(um) século, de que o Brasil deve se desenvolver através da criação de produtos de valor agregado ao invés de exportar, na sua maioria, commodities. Se designers e empresários deixassem os egos de lado para trabalharem juntos em busca de inovações certamente não nos preocuparíamos com a China. Agora, quem vai dar o primeiro passo? O que é melhor: evoluir ou aprender mandarim?
Abraços,
Eduardo M. Borba
Ótimo texto. Parabéns!
obrigado Tiago.
Abraços