O Brasil vem apresentando um crescimento econômico considerável nos últimos anos, várias pessoas que pertenciam as classes D e E, passaram a fazer parte da classe C, e essas pessoas correspondem a chamada “nova classe C”. São pessoas que possuem hábitos e gostos diferentes das famílias que já estão na classe média a mais tempo.
Segundo pesquisa da fundação Getúlio Vargas, fazem parte da classe C, famílias com renda entre R$1.065 e R$4.501 e pela primeira vez no Brasil essas pessoas correspondem a mais da metade da população, estima-se que 95 milhões de brasileiros estejam hoje nessa camada social. Na última década 31 milhões de pessoas que antes pertenciam as classes D e E passaram para a classe C.
As pessoas que antes não tinham poder de consumo, com a ascenção social passaram a ter. A renda desses 90 milhões de brasileiros juntos ultrapassa R$ 500 bilhões e correspondem a 76 % do consumo o país, ou seja, podem não ser os que tem mais poder aquisitivo, mas são os maiores consumidores. “Hoje temos mais de mil lojas, com R$ 18 bilhões de faturamento, voltadas exclusivamente para a classe C. Por ano, vendemos para eles 4,5 milhões de eletrodomésticos da linha branca, 4,7 milhões de celulares, 1,6 milhão de tevês e 2,2 milhões de aparelhos de som”, conta Michel Klein, presidente da Casas Bahia para revista Época.
Na novela global Fina Estampa temos duas famílias que representam as diferenças entre a Classe C emergente e a classe A. A personagem Criselda e a personagem Teresa Cristina, são os esteriótipos dessas camadas sociais, e simbolizam na novela a eterna luta de classes. Com interesses, gostos e objetivos de vida muito diferentes, as personagens vivem em conflito, e percebe-se que não é só o dinheiro o fator diferencial, pois mesmo com a ascenção financeira de Griselda, ela e sua familia continuam sendo desprezados por Teresa Cristina, pela nítida diferença de percepções de mundo que existe entre as personagens.
A maior concentração de pessoas na classe C está no sul do Brasil, mas é no Nordeste que está a Nova classe C, segundo André Torretta, um especialista no desenvolvimento de produtos para a classe C em reportagem para a revista Época Negócios, ” A região do Brasil que possui a maior concentração de classe C é o Sul, mas é a classe C que já está lá há 40 anos estagnada. O Nordeste está renascendo. Era a terceira região de maior consumo no país e agora é a segunda.”
Muitas empresas já perceberam essa ascenção consumista do nordestino, e resolveram investir em produtos regionais, é o caso da Tang, que investiu em novos sabores com frutas brasileiras do norte e nordeste.
Segundo pesquisas da Data popular, a principal diferença que deve ser levada em consideração na hora de estabelecer uma comunicação com o consumidor da classe A e da classe C é que para a classe A, deve focar-se no exclusivo, como a caneta Montblanc e o Itaú Personnalité, pois o consumidor quer se distanciar da massa, já o consumidor da classe C pretende o contrário, ele quer se sentir incluído, quer pertencer ao grupo, e essa característica motiva o desejo de compra.
Percebemos assim que o mercado que sempre falou pra classe A e B pensando estar atingindo também as classes mais baixas está tendo que mudar de posição, e se adaptar a desenvolver produtos e comunicar esses produtos de uma nova forma, pois o que atrai o consumidor da classe A, pode afastar o consumidor da classe C.
Muito bom o texto! O que não é bom são as consequências deste Tsunami de consumo sem educação financeira adequada. É por isso que a inadimplência das famílias brasileiras esta insustentável. Este cenário é semelhante à bolha econômica que deixou os EUA como está hoje.