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O mundo em cores – os pioneiros da fotografia colorida

By 15 de outubro de 2013 janeiro 10th, 2019 No Comments

Novas imagens

Em 1907, os irmãos Lumière apresentaram uma invenção revolucionária: a fotografia colorida. O banqueiro Albert Kahn ficou tão empolgado que encomendou o “Arquivo do Planeta”, com fotos de diferentes lugares e culturas. O processo autocromo filtra a luz utilizando pequenas partículas tingidas de amido de batata, tais como pixels nas fotografias digitais. A foto mostra a Torre Eiffel em 1911.

 

Engenhosos e esforçados

Auguste e Louis Lumière trabalharam por muitos anos em suas invenções. Em 1895, eles patentearam o primeiro cinematógrafo, uma máquina de projeção, o que trouxe fama mundial aos irmãos franceses. Em 1907, eles apresentaram a fotografia colorida acessível. Na Alemanha, foram impressas pequenas imagens em cores para a fábrica de chocolates Stollwerck, de Colônia.

 

Estratégia publicitária

Os irmãos Lumière não eram apenas inventores, mas também ótimos estrategistas publicitários. Para divulgar o novo processo, eles enviaram aos fotógrafos mais conhecidos na Europa e na América pacotes de amostras com placas de vidros revestidas – pedindo para que experimentassem a novidade. Na foto de 1910, vemos recém-casados em um estúdio fotográfico sueco.

 

Arquivo de culturas

Em uma viagem de negócios, o banqueiro francês Albert Kahn – um dos homens mais ricos do mundo – pediu ao seu motorista para testar as novas placas de imagem colorida. Satisfeito com o resultado, ele incumbiu, em 1908, os melhores fotógrafos do mundo de documentar culturas de diferentes nações. A foto de 1913 mostra mulheres em trajes tradicionais de Corfu na Grécia.

 

Compreensão através da cultura

O que distinguia a fotografia tradicional da do arquivo de Kahn era o aspecto documental. Como na foto de 1912 feita no mercado de pão de Sarajevo. Enquanto as grandes potências se preparavam para a Primeira Guerra Mundial, o banqueiro cosmopolita queria apresentar culturas diferentes à Europa – para incentivar a compreensão global.

 

Mostrar outras culturas

As fotos coloridas receberam especial atenção de quem se interessava por culturas diferentes. “Albert Kahn mantinha em sua casa um salão onde exibia filmes para a sociedade parisiense”, conta o historiador fotográfico Rolf Sachsse. Com uma equipe de curadores, ele organizou a exposição “1914 – Mundo em Cores”. Na foto de 1913, a ponte de Mostar na Bósnia e Herzegovina.

 

Respeito pelas minorias

Os fotógrafos que viajaram pela Europa e pela Ásia a pedido de Kahn tinham como missão documentar o cotidiano e as minorias nos países por que passavam. “Na Sérvia, foram fotografados os albaneses. Na Turquia, os armênios. Na Bósnia, os cristãos”, acrescenta Sachsse. Quem não ficasse completamente imóvel durante o tempo de exposição da placa de vidro à luz, saía borrado na fotografia.

 

Desafios da expedição fotográfica

O pesado equipamento tinha que ser transportado em carrinhos. As placas de imagem de vidro – de 300 a 400 por viagem – eram acomodadas em bolsas de couro acolchoadas. As placas expostas eram reveladas rapidamente durante a noite, em uma tenda laboratório, a fim de não serem expostas a nenhuma luz. Na foto, podemos ver a expedição na fronteira da China com a Mongólia.

 

Missão pela paz

Também líderes religiosos eram fotografados, como a oitava encarnação do líder religioso supremo mongol Jalkhanz Kuthugtu. A imagem foi feita em 1913, perto de Ulan Bator, na Mongólia. Mais tarde, a foto foi usada em Paris, em palestras na disciplina de “Geografia Humana”. Albert Kahn havia financiado a recém criada cátedra de Ciências Sociais.

 

Fascínio pela tecnologia

Os nativos – aqui sadhus e brâmanes na Índia – fotografados pelos pioneiros franceses, em sua maioria, nunca tinham visto um fotógrafo. “A fotografia era um processo que ainda estava reservado às classes mais altas”, explica Rolf Sachsse. Mas o fascínio pela câmera e equipamentos fotográficos logo acabou com o ceticismo em relação aos desconhecidos europeus.

 

Ícones da Fotografia colorida

Também foram fotografados pontos turísticos como o Taj Mahal, na Índia, e as pirâmides de Gizé, no Egito. Eram monumentos que até então podiam ser vistos apenas em cartões postais pintados a mão. Nas viagens que financiou ao redor do mundo, Albert Kahn reuniu mais de 70 mil placas fotográficas, além de produzir 200 horas de filmagem. As exibições desse material atraíam grande público em Paris.

 

Fim de um projeto visionário

Na foto, uma família parisiense em 1914. O projeto de paz de Kahn para criar um arquivo fotográfico do planeta Terra terminou no ano em que começou a Primeira Guerra Mundial. Em 1929, com a quebra da bolsa, o banqueiro Albert Kahn perdeu todos os seus bens. Ele morreu pobre, em 1940, logo após os nazistas invadirem a França.

 

 

Fonte: Deutsche Welle

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