Nesta etapa o designer espera que venha informações completas, mas dificilmente isto acontece. Empresários, diretores, gerentes ou profissionais responsáveis por investir em design, têm seu tempo escasso e esperam que a solução venha sem muita intervenção deles. Por isso, temos que entender a rotina destes profissionais (os responsáveis pelo design existir depois dos consumidores) e compreender que as informações do Briefing não virão como se imagina, que muitas vezes virá apenas na forma de um problema abstrato para resolver.
O Briefing, na verdade, tem que deixar de ser responsabilidade do cliente para virar uma pesquisa de imersão do designer, pois muitas vezes esta etapa é incorporada na Pesquisa e Análise quando a única informação do cliente é somente fazer a sua empresa sobreviver, fazer tal produto vender mais, etc. É nessa hora que o designer deve buscar informações nos mais diferentes meios e pessoas. Apesar de o designer fazer a coleta de dados, o cliente tem sua parcela de responsabilidade, fazendo com que o profissional de design possa ter liberdade nesta busca. Parece óbvio fazer este comentário, mas acreditem, existem empresas que pedem projetos de design e não abrem qualquer tipo de informação que envolve o produto/serviço. E ainda assim esperam resultados revolucionários. Designer e cliente, ambos tem sua participação em um projeto de design. Quanto maior a sintonia dos dois melhores os resultados.
Este processo do design geralmente é exposto como um problema ou necessidade à ser atendida. Vale lembrar que, para todo problema existe no mínimo uma alternativa de solução. Uma mudança de uma perspectiva convencional para uma holística faz com que o problema vire uma grande oportunidade de mudança, uma evolução, uma inovação. Todo projeto tem uma necessidade peculiar ou pontual, porém, todos os projetos devem ter em comum a seguinte diretriz: “reinventar o mercado X ou reinventar o produto/serviço Y”. Simplesmente ir além. O “design ótimo”, no qual deixa o produto/serviço e sua embalagem mais atraentes para o consumidor já não é mais suficiente, pois todos os concorrentes o fazem. Não é mais estratégico, virou commoditie. Por isso, independente do problema que o cliente acha que deve ser resolvido com um bom design, o designer deve agir como um consultor em inovação unindo oportunidades, tendências e soluções sustentáveis para colaborar na reinvenção em qualquer tipo de negócio.
Abraços,
Eduardo M. Borba
De fato, quanto maior a sintonia entre designer e cliente, melhores os resultados. Por isso o cliente que não fornece informações suficientes, deixando a cargo do designer coletar os dados, precisa entender que esse processo requere tempo.
Acredito que um dos maiores problemas para o designer hoje, é o prazo estipulado para a execução dos projetos, que geralmente são para “ontem”, e isso compromete as etapas da metodologia e, consequentemente, os resultados.
Os clientes devem se adaptar ao método de design ou o contrário?
Acredito que o cliente deve se adaptar ao método de design, mas cabe a nós fazê-los compreender o processo.
Quanto ao briefing, como já foi dito no texto, varia de acordo com o cliente, então acabamos por nos adaptar!