A imagem do Tiête em São Paulo ou em qualquer área urbana que seja cortada por rios com diferentes cores, odores e lixos, são comuns e até se incorporaram na paisagem do conceito de cidade. Dentro deste cenário existe um tema pulsante chamado sustentabilidade, principalmente em sociedades de consumo/capitalista como a nossa. OK, mas será que os cidadãos estão questionando o próprio sistema sustentável atual?
Vamos ao seguinte raciocínio. Diariamente milhares de pessoas (com educação e cultura precárias) jogam pneus velhos, fogão e diferentes tipos de lixos em rios, terrenos baldios ou onde tiver espaço. Com isso se gera problemas de ordem pública, como enchentes, doenças, etc. No caso dos rios é preciso periodicamente desaçoriá-los, serviço realizado por empresas contratadas por governos municipais e/ou estaduais. BINGO! Aumentamos o PIB.
Não só aumentamos o PIB como também a corrupção, pois provavelmente a empresa prestadora de serviço tem lobby com a prefeitura para ganhar licitações e/ou superfaturar as obras. Veja que achado econômico fantástico! Para aumentar o PIB temos que destruir o meio ambiente (parafraseando Ladislau Dowbor). Agora o mais legal da estória, você é cúmplice deste sistema, você alimenta as engrenagens desta máquina simplesmente pagando os impostos.
Parece um beco sem saída e é exatamente isso que o sistema comentado quer que pensemos, pois essa é sua sustentabilidade. Entretanto, existe uma poderosa ferramenta que transforma o beco sem saída em oportunidades. Antes de pensarmos em design de produtos, serviços, design disso e daquilo, temos que tratar do design da consciência. Já se perguntou sobre sua real contribuição como ser humano, cidadão ou profissional? Prefere fazer parte do sistema como cúmplice ou um agente de mudanças?
Se por acaso não está nem aí para tudo isso, tudo bem, mas não reclame da sua vida, governo, economia, emprego, etc perto de mim, pois você é co-responsável por tudo estar assim.
Abraços,
Eduardo M. Borba
As pessoas tem preguiça de pensar nesses assuntos, infelizmente preferem pagar os impostos e deixar que o governo cuide de tudo, por isso que precisa existir governo.
Medir o desenvolvimento de um país pelo PIB é mesmo um equívoco, exatamente porque ele não considera diversos fatores de desenvolvimento e considera outros que trazem consequências duvidosas.
Até mesmo a notícia de que o Brasil é a 6ª economia do mundo pode ser um equívoco, e, mesmo que a posição no ranking seja verdadeira, não há muitos motivos para comemorar. Se for levar em conta o IDH, o Brasil passa para 84º lugar, e na educação fica na casa dos 80 também, o que deveria ser inadmissível.
A economia do Brasil se baseia na exportação de matéria-prima, não se desenvolve tecnologia por aqui… por isso eu entendo que o crescimento brasileiro é insustentável.
Outra coisa que não entendo, é que a venda de automóveis bate recorde atrás de recorde, e isso sempre é comemorado pelo Governo. Mas… como fica o meio ambiente com tanta poluição? Será mesmo algo que deve ser estimulado? Essas consequências geralmente não são levadas em consideração. E essas consequências não valem apenas para o meio ambiente, mas para a saúde das pessoas também.
Tem um livro que quero muito ler, chama-se Capitalismo Natural, e trata de como podemos produzir mais e poluir menos, ou seja, não levar em consideração apenas o lucro, como pratica-se hoje, mas também o meio ambiente, pelo bem de todos.