“Vamo embora, dá lugar pros gringo entrar…”. O “Maluco Beleza” Raul Seixas não era economista e muito menos político, mas temos que concordar com a crítica embutida na música Aluga-se. Foi composta há mais de 30 anos e infelizmente continua atual. O título de ser uma das maiores economias do mundo esconde uma realidade. Somos grandes assim pela comercialização de nossos recursos (commodities) e não pela capacidade de agregar valor (inovações). Ainda vivemos no período Brasil-Colônia. Ainda estamos alugando o país.
Outro título que tem uma realidade oculta é de sermos um dos povos mais criativos do mundo. Somos criativos por necessidade e das adversidades causadas pela falta de estrutura e organização. O valor das nações, empresas e dos profissionais está na capacidade estratégica e não operacional. Temos que sair da cultura do “fazer por necessidade” para o “fazer para estar sempre à frente”.
A recente notícia de que o Brasil caiu de 38º para 44º (entre 59 países analisados) no ranking de competitividade, organizado pela escola de administração IMD, é a prova que não podemos mais postergar a mudança cultural. Temos todos os recursos e capacidade disponível para mudarmos o rumo da história. Só falta pensar estrategicamente e não de forma operacional, pois o “fazer” é conseqüência desta mudança de foco. É hora de dar o verdadeiro grito de independência ao invés de ficar gritando: Toca Raul!
Abraços,
Eduardo M. Borba
De pleno acordo.